sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Once upon a time...

não pensei em um tempo tão distante assim. Talvez tenham sido apenas pouquíssimas horas atrás e o tempo não era dono de si. Cansada de andar por vales íngremes, parei para escrever este pequeno relato devaneio que para meu espírito parece completamente pertinente...
Lembranças me tomam a memória e o coração. Lembranças de uma noite úmida e mal iluminada, onde minha vista se dava nos sulcos das folhas das árvores. Mas aquela altura eu já sabia que não seria um dia qualquer. Meus passos eram muito lentos e tímidos (propositalmente, é claro). Enchendo sua mente de assuntos completamente irrelevantes. Nossa especialidade. Durante horas de jogos de palavras inúteis, e em meio aos sulcos e casas silenciosas, aconteceu. Foram alguns segundos que pareciam intermináveis, porém completamente divertidos. Era fácil sentir sua língua tímida e seu corpo quase imóvel. Aí foi fácil me deixar completamente encantada, fez com que o meu corpo e espírito se aproximassem do dele rápido. Rápido e violento. Essas são as palavras.

Mas algum tempo passou, e eu sentia cada dia mais uma sintonia incrível. Éramos feitos um para o outro. Ainda não duvido disso. O sexo passou de experimental para espiritual, era uma lavagem selvagem.
Então mais um tempo passou. Seus beijos não era mais tímidos. Seus abraços me envolviam cheios de energia, mas ao mesmo tempo que essa energia crescia, seu ego inflava em proporções que mal eu podia controlar. Aí veio o desgaste, insatisfação, que não me deixava só enfurecida, mas principalmente triste. Triste porque eu sabia que a qualquer momento iria acabar, o que me levava a pensar: "Como é possível o cosmos unir duas almas tão incríveis e com a mesma facilidade desfazê-los?". Me deu noção de como as coisas são efêmeras. Deixou minha alma mais triste.

Inevitavelmente, como eu havia dito, acabou. Mas meu espírito permanece inquieto pra sustentar algo que já não se pode sustentar. Ele luta comigo todos os dias, e é difícil pra mim saber onde essa luta vai me levar.

                              Letícia Bergh

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